Sobre bodas de casamento
Recentemente fui comprar um
presente de casamento e, ao lado do balcão que distribui a lista de presentes
dos noivos, havia um quadro com o nome das bodas comemoradas a cada ano que a
relação sobrevive. Bom, isso definitivamente merecia um post.
Não me entendam mal, eu acho a
idéia de manter uma relação estável muito atraente, embora dispense assinar
qualquer papel. E por mais que eu ache que passar todos os dias com uma única
pessoa mereça constante comemoração, quem inventa o nome pra isso?
Serio, a lista vai até os 100
anos! Quem comemora 100 anos de casado? Bodas de Jequitibá! Por favor! A pessoa
teria que ter o que? 120 anos? Pior! O CASAL teria que ter 120 anos. Existem
umas duas pessoas no planeta com essa idade e, ironicamente, nenhuma delas
jamais foi casada. Talvez esse seja o segredo da longevidade, não? Nada de
alimentação saudável e malditos exercícios, afinal...
Agora, quem inventou a lista não
pensa direito. Quem comemora 50 anos tem bodas de Ouro. 72 anos são bodas de
Aveia. Aveia! As criaturas se agüentaram por 72 anos e ganham aveia? Quem viveu
por míseros 50 anos já ganha ouro, que história é essa? O prêmio tinha que
aumentar com o tempo!
Outra injustiça: 3 anos, bodas de
couro. 20 anos depois, tudo que se ganha é palha! Palha! Imaginem o convite: “João
e Maria convidam os entes e amigos queridos para a comemoração de suas bodas de
palha”.
Ah, por favor! Isso só mostra,
mais uma vez, a indústria capitalista e sem nexo que é o matrimônio. O amor, eu
entendo, é lindo e provavelmente uma das poucas coisas que realmente vale à
pena nessa existência difícil que é a nossa. Agora, fazer disso uma festa de rótulos
é um absurdo.
Ainda assim, visto que eu ando freqüentando
cada vez mais casamentos a medida que minha idade avança, resta-me apenas
desejar boa sorte aqueles que pretendem comemorar bodas de argila daqui a 52
anos.
Para ver a lista completa de
bodas, clique aqui.