sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Casamento Real

Embora meu post anterior tenha criticado uma série de problemas sobre as bodas, devo admitir que organizei parte da minha manhã para assistir ao casamento real. Os compromissos do início da manhã não puderam ser adiados, então não tive como assistir à cerimônia, mas logo que me livrei deles, corri pra casa a tempo de acompanhar os noivos abanando no balcão, ao lado da Rainha.

Aliás, falando em Rainha, aqueles que apostaram - no bolão da casa de apostas britânica - que o chapéu da Rainha seria amarelo, acertou. Amarelo-ovo, eu diria. Pena que o sol não apareceu para combinar com os trajes. Vossa Majestade estava ótima, como sempre. Ficou uns minutinhos ao lado do neto e depois decidiu voltar para dentro de casa - o palácio - onde o almoço que ofereceria aos convidados estava sendo preparado.

Eu estava assistindo a transmissão do casamento pelo único canal de TV que encontrei. As apresentadoras estavam - imaginem só - chocadas porque eles estavam servindo champagne e que a típica cerveja inglesa estava fora do menu. Ora, só apresentadora brasileira pra fazer esse tipo de comentário! Imaginem se Vossa Majestade permitiria que uma bebida tão pouco elegante dividisse as atenções com Pol Roger. Seria, no mínimo, embaraçoso.

Mas voltando ao casamento, devo dizer que foi o mais digno da realeza que tivemos nesses últimos tempos. Não só pela organização e cobertura - quase tolerável - da imprensa em geral, mas porque a Princesa Catherine - como devemos chamá-la agora, ao invés de Kate - tem a postura de uma lady. Discreta, elegante e carismática, como exigido à realeza. Embora eu questione a necessidade da existência da instituição monárquica nos dias de hoje, uma vez que ela existe e Catherine decidiu casar-se com um membro da família real, deve portar-se como tal.

A parte diferente está no fato de que, desta vez, essa cerimônia pareceu fruto de amor verdadeiro. Eu sei, a expressão é cafona, pra dizer o mínimo, mas vamos admitir que este é conto de fadas que muitas moças já sonharam em viver. A monarquia nunca antes assumiu casamentos por amor. Pelo contrário, a expressão matrimônio tem relação com outra: patrimônio, que sugere que o casamento deveria ser realizado para que a mulher se unisse à alguém com patrimônio para mantê-la e aos filhos, além de representar muito mais interesses de família e geopolíticos do que afetivos. A idéia de casamento por amor surgiu muito depois que o casamento se consolidou e de tal forma, que as pessoas se esquecem para o que a cerimônia foi criada originalmente.

E Kate surge para quebrar o protocolo. Com fantasma de Diana viajando pelos jornais, o questionamento a Willian sempre foi se seu casamento seria tão falso e infeliz como foi de seus pais. Felizmente, parece que este protocolo também caiu por terra. Os noivos parecem felizes e apaixonados. Como um conto de fadas.

Eu ainda acho a idéia de casar formalmente uma incoerência tão grande que prefiro deixá-la para outro post. Ainda assim, sou partidária da filosofia do "dos males, o menor". Se for casar, case com alguém que ame de verdade. Talvez o estrago não seja tão grande se for assim. No caso de Willian e Kate, parece que surge aí uma nova esperança para todas aquelas plebéias que gostariam de ser princesas. A elas, eu peço que não desanimem. O príncipe encantado pode aparecer a qualquer momento e o Harry ainda está solteiro.