domingo, 25 de março de 2012


O melhor de mim – Nocholas Sparks

Como toda a literatura romântico-dramática, essa eu li em apenas 5 horas. Do mesmo autor de outros dramas adaptados para o cinema, “O melhor de mim” já tinha um título atraente. E eu realmente precisava de uma literatura romântico-dramática-lição-de-vida pra variar.

O livro é sobre dois jovens que se apaixonam na adolescência e têm seu amor proibido pela família dela. Eles se reencontram, 25 anos depois, e viajam nas lembranças com a mesma intimidade e amizade que compartilharam na época.

E isso é tudo que posso dizer de bom. O resto é puro sofrimento.

Acho que Sparks está começando a confundir “drama” com “sangria desatada”. Desde quando se precisa quase matar todos os personagens pra se ter um bom livro? Ou encher todo mundo de culpa, se é que isso é relevante? Tudo bem, todo o bom drama sempre envolve sofrimento mas, lendo esse livro, eu passei em agonia constante; até agora sinto meu corpo tenso e vontade de chorar em angústia. E mesmo quando eu tive um momentozinho de felicidade, Sparks consegue, dez páginas depois, acabar com a fantasia.

Para os fãs, eu recomendo, é claro. Não posso deixar de admitir que há um fundo de beleza no fim terrível que o autor propõe. Ainda assim, eu questiono as consequências posteriores ao final. Aliás, ultimamente, devo dizer que os Epílogos andam estragando os livros pra mim. Não entendo porque os autores andam tendo essa necessidade de contar absolutamente tudo. Ninguém contou pra eles que a moral do livro é deixar um pouco para a imaginação do leitor? Acho que vou ler Machado de Assis pra tentar curar meu desânimo. Ele sim era mestre em deixar as coisas abertas à interpretações.

No fim das contas, suponho que eu já deveria ter previsto: "Um amor para Recordar" estreou como uma formidável lição de vida; "O diário de uma paixão", representou uma história de amor belíssima... e só; já "Querido John" tentou ser um drama de guerra, mas sem muito sucesso; Pela ordem natural da decadência de um autor, é claro que "O melhor de mim" seria mesmo uma ambiguidade revoltante. Tomara que Nicholas Sparks pare por aí ou retome os velhos tempos, porque, da próxima vez, não consigo pensar em como o final consiga passar de “simplesmente triste e ruim”.

Nenhum comentário: