O
melhor de mim – Nocholas Sparks
Como toda
a literatura romântico-dramática, essa eu li em apenas 5 horas. Do
mesmo autor de outros dramas adaptados para o cinema, “O melhor de
mim” já tinha um título atraente. E eu realmente precisava de uma
literatura romântico-dramática-lição-de-vida pra variar.
O livro é
sobre dois jovens que se apaixonam na adolescência e têm seu amor
proibido pela família dela. Eles se reencontram, 25 anos depois, e
viajam nas lembranças com a mesma intimidade e amizade que
compartilharam na época.
E isso é
tudo que posso dizer de bom. O resto é puro sofrimento.
Acho que
Sparks está começando a confundir “drama” com “sangria
desatada”. Desde quando se precisa quase matar todos os personagens
pra se ter um bom livro? Ou encher todo mundo de culpa, se é que
isso é relevante? Tudo bem, todo o bom drama sempre envolve
sofrimento mas, lendo esse livro, eu passei em agonia constante; até
agora sinto meu corpo tenso e vontade de chorar em angústia. E mesmo
quando eu tive um momentozinho de felicidade, Sparks consegue, dez
páginas depois, acabar com a fantasia.
Para os
fãs, eu recomendo, é claro. Não posso deixar de admitir que há um
fundo de beleza no fim terrível que o autor propõe. Ainda assim, eu
questiono as consequências posteriores ao final. Aliás,
ultimamente, devo dizer que os Epílogos andam estragando os livros
pra mim. Não entendo porque os autores andam tendo essa necessidade
de contar absolutamente tudo. Ninguém contou pra eles que a moral do
livro é deixar um pouco para a imaginação do leitor? Acho que vou
ler Machado de Assis pra tentar curar meu desânimo. Ele sim era
mestre em deixar as coisas abertas à interpretações.
No fim
das contas, suponho que eu já deveria ter previsto: "Um amor
para Recordar" estreou como uma formidável lição de vida; "O
diário de uma paixão", representou uma história de amor
belíssima... e só; já "Querido John" tentou ser um drama
de guerra, mas sem muito sucesso; Pela ordem natural da decadência
de um autor, é claro que "O melhor de mim" seria mesmo uma
ambiguidade revoltante. Tomara que Nicholas Sparks pare por aí ou
retome os velhos tempos, porque, da próxima vez, não consigo pensar
em como o final consiga passar de “simplesmente triste e ruim”.
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