segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Drama do Enem 2010

Com meu irmão mais novo envolvido na realização da prova do Enem desse ano, acabei me aproximando de toda a bagunça que assolou o Brasil nesta segunda-feira.

Com o meu mais novo hobby/distrator/incômodo, o Twitter, naveguei por alguns dos Trend Topics do dia 08 de novembro e não pude deixar de notar algumas questões interessantes.

Com a decisão da juíza do Ceará de suspender as provas – sim, suspender, porque cancelar é outra novela - e a decisão do Ministério da Educação de recorrer a esta deliberação, formam-se duas vertentes: aquelas a favor do cancelamento do concurso, e aquelas contra.

A parte interessante é a serviço de que encontram-se estas vertentes. Passeando pelo Twitter, vi os posts de muitos concorrentes de meu irmão caçula. Parte deles, raivosa por ter estudado tanto e obtido bons resultados para, depois, cancelarem a prova. A outra parte, preocupada por não ter tido sucesso em função dos erros e inquieta com a injustiça de uma possível permanência de uma prova com problemas com o processo avaliativo.

Agora, da primeira população – vou chamá-los de bem sucedidos – temos uma parte legitimamente nervosa por seu esforço ter sido em vão. A outra parte apenas quer que o concurso permaneça porque, afinal, “se deu bem”.

Da segunda população – os mal sucedidos – parte realmente foi prejudicada pela prova mal elaborada e a outra parte defende sua anulação somente porque “se deu mal”.

Desses dois grupos ainda saem alguns que apóiam ou não o cancelamento do concurso porque o “PT é um bom governo” versus “o PT é um mal governo”. Gente, as eleições terminaram semana passada!

Tudo isso, embora questionável, faz parte de uma população característica brasileira e também, nada mais é, do que parte das inconsistências típicas da adolescência e do período difícil e precoce que é o de precisar definir uma universidade, uma carreira, um futuro. Isso se reflete nos meios de comunicação.

O que é ridiculamente absurdo é um Ministério, do calibre que precisa ser o da Educação, responder a isso de forma tão grotesca; e a Imprensa, que deveria mostar a notícia com idoneidade, se aproveitar disso para cair em cima de um governo.

Eu não manifestarei nenhum lado nesta disputa. Sou apenas uma observadora crítica que adoraria que este post fosse aos jornais.

Estava assistindo a notícia sobre o Enem no site do Fantástico. Nele, dizia que o MEC havia feito uma declaração, dizendo que muitos alunos estavam tumultuando as redes sociais porque eles já haviam “dançado” no Enem. Estes alunos estariam sendo monitorados e poderiam ser processados pelo INEP. Peraí! Deu medinho de um bando de gente que mal saiu das fraldas? Começaram a monitorar adolescentes bagunceiros por dar opiniões, sejam por que razões forem? Hum, já soube disso acontecer um tempo atrás e tenho quase certeza que foi em torno de 1970, não?

Bom, meu recado com esse post vai junto com um “boa sorte” pro juiz que for julgar esse caso - sim, juiz, porque alguém tem que avisar o Ministro que não é ele quem decide! Além disso, seria bom que todos se dessem conta que isso vai muito além de nós e nossas questões pessoais, mas do que é o melhor para todos.

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