domingo, 13 de março de 2011


Sobre bodas de casamento

Recentemente fui comprar um presente de casamento e, ao lado do balcão que distribui a lista de presentes dos noivos, havia um quadro com o nome das bodas comemoradas a cada ano que a relação sobrevive. Bom, isso definitivamente merecia um post.

Não me entendam mal, eu acho a idéia de manter uma relação estável muito atraente, embora dispense assinar qualquer papel. E por mais que eu ache que passar todos os dias com uma única pessoa mereça constante comemoração, quem inventa o nome pra isso?

Serio, a lista vai até os 100 anos! Quem comemora 100 anos de casado? Bodas de Jequitibá! Por favor! A pessoa teria que ter o que? 120 anos? Pior! O CASAL teria que ter 120 anos. Existem umas duas pessoas no planeta com essa idade e, ironicamente, nenhuma delas jamais foi casada. Talvez esse seja o segredo da longevidade, não? Nada de alimentação saudável e malditos exercícios, afinal...

Agora, quem inventou a lista não pensa direito. Quem comemora 50 anos tem bodas de Ouro. 72 anos são bodas de Aveia. Aveia! As criaturas se agüentaram por 72 anos e ganham aveia? Quem viveu por míseros 50 anos já ganha ouro, que história é essa? O prêmio tinha que aumentar com o tempo!

Outra injustiça: 3 anos, bodas de couro. 20 anos depois, tudo que se ganha é palha! Palha! Imaginem o convite: “João e Maria convidam os entes e amigos queridos para a comemoração de suas bodas de palha”.

Ah, por favor! Isso só mostra, mais uma vez, a indústria capitalista e sem nexo que é o matrimônio. O amor, eu entendo, é lindo e provavelmente uma das poucas coisas que realmente vale à pena nessa existência difícil que é a nossa. Agora, fazer disso uma festa de rótulos é um absurdo.

Ainda assim, visto que eu ando freqüentando cada vez mais casamentos a medida que minha idade avança, resta-me apenas desejar boa sorte aqueles que pretendem comemorar bodas de argila daqui a 52 anos.


Para ver a lista completa de bodas, clique aqui

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